sábado, 21 de junho de 2008




No caminho cheio de pedras de uma vida inteira,
não lembro das flores, mas de cada espinho.

Meu mal

Meu mal é sentir calafrios quando escuto
canções de acalantos e lembro que nunca mais serei criança.
Meu bem é pensar que mesmo não sendo mais criança,
acredito em sonhos.

domingo, 15 de junho de 2008


Palavras são flores que o poeta oferece em louvor à todos que são sentimentais.
Palavras podem ser brisa ou vendaval, por isso cuidado com o que falas.

Felicidade

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A felicidade as vezes, é somente um dia frio
com garoa fina, cobertor nos ombros, chocolate quente
e fogo na lareira,.

Flor que eu adoro

quarta-feira, 11 de junho de 2008


Poema de um amor

A noite encontra-te em meu pensamento
Divide-se o olhar entre o céu e a terra
Que guardam consigo os meus silêncios
E todos os segredos que me revelam
Sigo no horizonte da saudade
Em mim, a inquietação, a ânsia,
E o balbucio das letras do teu nome
A beijarem os meus lábios
Tudo à minha volta sabe do meu destino
Tu és o que me habita
Os gestos, a emoção, o amor incontido

Os teus passos surgem nítidos
No contorno dos meus versos
Que abraçam a tua chegada
E vens para adormecer minha solidão
Liberto-me inteira de mim
No mundo dos teus braços
Detenho os ponteiros do relógio
Como se todo o tempo da minha vida
Coubesse na eternidade deste momento
Em que a memória e a poesia
São a tua presença...


Fernanda Guimarães




No chão das minhas saudades

Encontro em gris desenhada

A ausência dos teus passos

No anverso do meu corpo

Carícias que agonizam

Pedaços de amor silenciados

No desvario do tempo

A cor dos teus olhos acordada

Esquecida em meu fitar solitário

Na fotografia do desejo

Tuas mãos guardadas

Na moldura da espera

No verbo por conjugar

O som inevitável do amar

A respirar no véu dos teus lábios

No gelo dos meus dedos

De repente, a derreter de prazer

A aurora de tua letra...




Fernanda Guimarães

Minha vida entre versos

Versos alheios se tornam meus dentro da alma,
porque a poesia é algo que cria vida própria.
Amo poesia mais do que amo o amor

A Terra

Também eu quero abrir-te e semear
Um grão de poesia no teu seio!
Anda tudo a lavrar,
Tudo a enterrar centeio,
E são horas de eu pôr a germinar
A semente dos versos que granjeio.
Na seara madura de amanhã
Sem fronteiras nem dono,
Há de existir a praga da milhã,
A volúpia do sono
Da papoula vermelha e temporã,
E o alegre abandono
De uma cigarra vã.
Mas das asas que agite,
O poema que cante
Será graça e limite
Do pendão que levante
A fé que a tua força ressuscite!
Casou-nos Deus, o mito!
E cada imagem que me vem
É um gomo teu, ou um grito
Que eu apenas repito
Na melodia que o poema tem.
Terra, minha aliada
Na criação!
Seja fecunda a vessada,
Seja à tona do chão,
Nada fecundas, nada,
Que eu não fermente também de inspiração!
E por isso te rasgo de magia
E te lanço nos braços a colheita
Que hás de parir depois...
Poesia desfeita,
Fruto maduro de nós dois.
Terra, minha mulher! Um amor é o aceno,
Outro a quentura que se quer
Dentro dum corpo nu, moreno!
A charrua das leivas não concebe
Uma bolota que não dê carvalhos;
A minha, planta orvalhos...
Água que a manhã bebe
No pudor dos atalhos.
Terra, minha canção!
Ode de pólo a pólo erguida
Pela beleza que não sabe a pão
Mas ao gosto da vida!


Miguel Torga

Versos

Eu penso rima, falo letrinhas dançando
e formo palavras de amor, para alguém
que nunca conheci.
(TBolico)

 
by TNB